quarta-feira, 24 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Unheimlich



'Unheimlich' é uma palavra do idioma alemão com uma difícil tradução para o português. O artigo de Freud que leva este nome foi traduzido como 'O Estranho', mas esta tradução, assim como boa parte da obra do pai da psicanálise, não é satisfatória, não atende ao real significado da palavra em seu idioma original. Mesmo Freud teve dificuldade em definir o significado da palavra, visto que ela pode ser utilizada em diversos contextos. Uma tradução simplória de 'heimlich' pode ser 'familiar', 'pertencente à casa', 'amistoso'. Ao acrescentar a partícula de negação 'un', temos o sentido de 'não-familiar', 'estranho'. Porém a palavra 'unheimlich' não pode ser traduzida de forma direta porque no Alemão está negação não se dá estritamente no sentido de oposição, mas também pode ser interpretada como um distanciamento do significado original, algo que permanece familiar, mas que não o reconhecemos como tal, como a perda de uma essência que não sabemos descrever.





Ao acrescentar olhos, este órgão tão intrínseco à subjetividade humana - a Janela da Alma - procurei provocar esta sensação de unheimlich no observador desavisado. Olhos são elementos fetichistas visuais segundo a definição de que o fetiche "anula temporariamente o movimento do olho exercendo um poder que une o olhar e a coisa [...] fixa o olho de quem olha. Fixa-o no sentido que imobiliza as faculdades perceptivas visuais do sujeito [...] A relação que se estabelece é entre olho e olho. Só que o olho da coisa fetichista se metamorfoseia, de fato, em olhar quando se encontra com o olho de um sujeito em transito: e é através deste cruzamento de olhares que ambos vivificam" (Canevacci, em Fetichismos Visuais).

"Olhos que atraem olhos vivos à olhos mortos. Olhos que humanizam objetos, vivificam a matéria morta. Olhos-replicantes." GBA


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dia de Finados


Nada mais apropriado para Dia de Finados do que criar seu próprio cemitério.
Yazh já tinha feitos algumas cruzes, já conhecíamos o terreno, mas o cemitério ainda estava incompleto, ainda não tinha sido homenageado com um Dia de Finados. Em casa fizemos o molde da cruz gótica, pela cidade fomos colhendo as cores da primavera e ao entardecer acendemos velas em homenagem aos nossos mortos.









por Yazh, GBA, Nuari e Magister.